quinta-feira, 15 de março de 2012

Sim, um jornalista

Nunca fiz muitos planos a longo prazo. Nunca idealizei datas, momentos. Simplesmente deixo acontecer. Acho que essa é a graça da vida. Ser surpreendido pela vida, pelos momentos, pelas experiências. Nunca havia idealizado nada a respeito da minha vida acadêmica. Que área gostaria de seguir, que tipo de jornalista queria ser, em que veículo gostaria de trabalhar. Sempre deixei as portas abertas para o que viesse a acontecer.

Hoje, na minha colação de grau, pude reforçar essa ideia. O quanto é bom deixar a vida te surpreender, deixar as coisas simplesmente acontecerem. Não foi como a apresentação de conclusão de curso, mas a sensação da formatura também é excelente. O eterno frio na barriga, a incerteza e insegurança do momento. Mas posso dizer: que sensação maravilhosa. E o mais maravilhoso de tudo foi poder compartilhar isso com meus amigos e minha família.

Mais importante que ter concluído uma etapa, me formar, pegar um diploma, foi ver que meus amigos estavam lá comigo, mais uma vez, me dando força, me apoiando, me aplaudindo. Amigos por quem eu mato e morro por eles e sei que eles fazem o mesmo por mim. Não sou ninguém sem esses amigos. Pelo contrário: o que eu sou hoje, devo grande parte a eles.

Creio que eu não poderia querer momento melhor. Me formar com uma turma excelente, de quem tenho orgulho de TODOS e sei que darão excelentes profissionais. Aliás: essa galera já me enche MUITO de orgulho, ver o que já fazem em seus estágios, em suas profissões, em suas lutas diárias. Não queria, de maneira alguma, uma turma diferente para me formar. Também não imaginei que fosse encontrar nesse curso, nesses quatro anos, pessoas que se tornariam tão importantes, tão inspiradoras, tão significantes pra mim. Principalmente nos últimos semestres de faculdade.

Sou um cara que tem MUITO mais a agradecer do que a pedir qualquer coisa. Tenho que agradecer a aqueles que sempre me apoiaram, que sempre estiveram ao meu lado, aos que ajudaram a construir essa pessoa que sou hoje. Uma pessoa de quem me orgulho de muitas coisas e tenho certeza que meus pais se orgulham bastante.

Sei que é uma grande realização para os meus pais, me verem pegar um diploma de ensino superior, oportunidade a qual eles não tiveram possibilidade. Sei que muitas vezes não demonstro o valor que dou a todos os esforços feitos por eles. Tenho grandes dificuldades em me expressar por meio de gestos, sentimentos. Principalmente quando o assunto é sentimento. Uma contradição, né? Um jornalista assumir que não consegue se expressar. Pensando melhor, a grande verdade é que tenho dificuldades em demonstrar. E minha expressão flui nas letras, uma após a outra, dando formas à minha gratidão aos meu progenitores.

São espelhos para mim. Assim como não poderia desejar amigos melhores, uma ocasião melhor, uma turma melhor, não poderia imaginar pais melhores. Valorizo muito e sou EXTREMAMENTE grato a tudo que fizeram por mim. Novamente, recorro ao clássico chavão desse blog: palavras são insuficientes para descrever o tamanho da minha gratidão e do carinho que tenho por eles. Sei que muitas, muitas vezes não demonstro. Que sou rude, que sou frio, que sou indiferente ou distante. Reconheço. Quero mudar, voltar a ter a convivência que eu tinha com toda a família aos meus 12 anos de idade. Quando a grande preocupação era: onde vamos almoçar nesse final de semana e que filme da locadora nós pegar para assistir todos juntos?

Sim, um jornalista. Ainda me perco no significado dessa afirmação. Me sinto inseguro. Muitos acham que eu tenho um ego enorme, maior do que o meu 1,80 metro de altura. Talvez, essa seja apenas uma forma de esconder minha insegurança. Mas o que espero, do fundo do coração, é que um dia eu possa orgulhar meus colegas do tanto que eles me orgulharam durante esses quatro anos de faculdade e continuam me orgulhando. Dois grandes super heróis são jornalistas. Não tenho a pretensão de salvar o mundo. Mas tenho sim a pretensão de fazer a diferença. Nem que seja, fazendo a diferença para mim. Fazendo a diferença para mim, sei que estarei realizando um bom trabalho e, consequentemente, alguém será beneficiado com isso. E para essa pessoa, eu fiz a diferença. E ao olhar para trás, me orgulharei do caminho que trilhei. E sempre com os meus amigos. Se eles soubessem a força que me dão...

E no final, tudo que resta, são meras divagações. São sonhos. São ambições, audácias. Resta a vontade, a garra e a determinação. Mas resta ainda, o medo, a incerteza e a insegurança. Porém, nada sobressairá aos sonhos e à vontade de fazer a diferença. É isso que realmente eu espero e desejo. A todos.

Como disse no início, a única coisa que eu tenho a fazer, principalmente nesse momento, é agradecer. E tentar lidar com essa sensação tão boa de dever realizado. De ter feito a diferença. Pelo menos para os meus pais, para mostrar que todo o esforço deles, valeu a pena. Que valeu a pena acreditar em mim, apostar nas minhas loucuras.

Sim, um jornalista. E no fim, o que restam, são divagações e um futuro a ser explorado.

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