quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Tapete Vermelho

Filmes não são meros objetos de diversão ou distração. Sempre querem dizer algo mais do que a história linear. Não me entendam mal quando falo isso. Não estou querendo dizer que todo filme tem uma mensagem subliminar, ou algo altamente filosófico e mirabolante. Alguns até possuem, mas não é sobre isso que quero falar. Indo direto ao ponto hoje vou falar do filme "Tapete Vermelho" e vou usá-lo como exemplo do que quero dizer. O longa mostra Quinzinho tentando realizar a promessa de levar seu filho a um cinema para assistir ao filme do Mazzaropi. Como toda obra, há inumeras dificuldades até chegar-se ao êxito. E são essas dificuldades que mostram esse algo a mais que o filme quer passar. Mostrar alguns aspectos da realidade que muitas vezes estão na nossa frente e fingimos não ver, ou consideramos como só uma ceninha rápida de um filme. O sincretismo e as crenças religiosas, a situação dos sem-terras, os "superiores" sempre menosprezando os "inferiores", meninos de rua, dificuldade no acesso a bens culturais. Tudo isso faz parte do nosso cotidiano, mas encaramos apenas como uma cena rápida, sem importância para a história principal.




Deixando um pouco de lado essa divagação, falemos agora do longa metragem. A história se desenrola de maneira bem leve, com situações engraçadas, outras um pouco improváveis, mas de maneira cativante. As atuações são boas, revivendo o estilo dos filmes de Mazzaropi, retomando o estereótipo do "Jeca Tatu". Dá-se muita atenção a determinadas coisas, enquanto outras poderiam ter sido mais trabalhadas. Porém nada que desmereça a produção e faça o filme deixar de ser visto. Fica aí mais uma divagação sobre cinema, quem quiser dar algum crédito a esse escritor que mais viaja do que fala algo com sentido, fica aí a dica.

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